"- Não sei porque me sinto desta maneira - disse ele ao pai depois de alguns minutos de pequena conversa - Simplesmente não consigo compreender. Não sei se seria capaz de continuar com isto. Não sei se posso voltar a vê-la.
O pai levantou uma sobrancelha mas não respondeu.
- Talvez simplesmente não estivesse destinado a acontecer. Quer dizer, ela nem sequer aqui vive. Vive a mil quilómetros de distância, tem a sua própria vida, os seus próprios interesses. E eu aqui, a levar uma vida completamente diferente. Talvez ela ficasse melhor com outra pessoa, alguém que a pudesse ver regularmente.
Ele pensou no que tinha dito, sabendo que não acreditava inteiramente em si próprio.
- Quer dizer, como é que podemos construir uma relação se não nos vemos com frequência?
Mais uma vez o pai não disse nada.
- Se ela tivesse aqui e pudesse vê-la todos os dias, penso que me sentiria de maneira diferente. Mas com ela longe...
Parou e esperou que o pai dissesse alguma coisa, qualquer coisa...
Finalmente, ele suspirou e olhou para o lado.
- A mim parece-me que estás a arranjar desculpas - disse baixinho. - Estás a tentar convercer-te a ti próprio, e estás a usar-me para te ouvires a falar."
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